CURTINDO E REFLETINDO SÃO PAULO

Para aliviar o stress, fomos de trem. O transporte público muitas vezes compensa, ainda mais sob trilhos. Embarcamos da Estação Leopoldina, da CTPM.
Descemos na Estação Júlio Prestes. Uma resumida no Wikipédia nos revela que a estação original foi inaugurada em 10 de julho de 1872 pela Estrada de Ferro Sorocabana e destinava-se ao transporte de sacos de grãos de café do sudoeste e oeste paulista e norte do Paraná, para a capital. Ela foi construída juntinho da Estação da Luz, com o nome de Estação São Paulo, para facilitar o bandeamento do café para a ferrovia que fazia o trajeto da capital ao porto de Santos.
Como o café tornou um alto negócio, decidiu-se construir uma estação nova e maior, inaugurada em 1938 no estilo francês Luís XVI.  Em 1951 teve seu nome alterado em homenagem ao ex-presidente do Estado de São Paulo Júlio Prestes. Nela posteriormente, no Governo Mário Covas, veio a ser construída a Sala São Paulo, para concertos sinfônicos.
Vá vendo ai:

Vamos ver lá de fora.
                     
                                             
Essa foto catei no site da Sala São Paulo.



                 Não descobri o que funciona aqui. Mas merece a fotografia

Deixei Mirian na Rua José Paulino; eu não curto aquele burburinho. Tenho mais de 2 horas para ficar rodando por aqui. 

Outra obra de arte. A Estação da Luz é algo deslumbrante. Foi construída por volta de 1888.
Olha que beleza a fachada principal!
Esses gringos estão recebendo aulas de batucada de samba.
Vamos entrar. Um incêndio destruiu o Museu da Língua Portuguesa, que funcionava aqui. Não sei quando será reaberto.

Tudo com muito requinte.
Ainda tenho muito tempo. Gosto desse parque. Completarei meu tempo por aqui.
Na companhia do jornal.
Segurança não falta. Na parte de trás fica o comando do PM. O tempo todo passando a polícia montada.
Mas, assim como a visita domingo aos novos amigos Bruno e Micheline Capão, naquela invasão no bairro Capão Redondo, me levou a muita reflexão sobre a São Paulo que a gente vê e aquela que a gente não vê, o clima aqui também  não é o mais favorável. Com um olho no Estadão e outro nas pessoas que passam, muita reflexão.  Muita gente dopada de craque, como este que cantava Leandro e Leonardo, como se estivesse num palco, assistido por um grande público: " 
Cadê você
Que nunca mais apareceu aqui?
E não voltou pra me fazer sorrir
E nem ligou...

Realmente, cara, ninguém aqui liga pra você.
Mulheres de "vida fácil" ficam tentando seduzir homens mais velhos que parece que vêm aqui procurar companhia. Coitadas, de fácil a vida delas não tem nada. Elas têm quartos alugados na região, para o exercício dessa dura profissão.
Vi também pessoas jovens com mochilas nas costas, com semblante de desesperança, dando a nítida impressão de serem migrantes nordestinos desempregados.
Da mesma forma vi 3 famílias de bolivianos, com crianças pequenas, certamente que meio perdidos nessa megalópole. Se está difícil para o nosso povo, com carteira de trabalho e tudo, imagina para imigrantes ilegais no país.
Como falei, essa São Paulo não é a que a gente está acostumado e que gosta de ver. Mas ela existe e a gente não pode ignorá-la.

Minha hora venceu. Marquei com Mirian 12:30 hs, na Rua Zé Paulino, logo ali atrás.
E por falar em desemprego, vi bastante "precisa-se" por aqui. Que bom! Parece-me que pequenos sinais de retomada da economia estão surgindo. Uma gerente de uma das lojas também me passou isso.
                       
Se "enfestador" é alguém que gosta de fazer festa, vou mandar meu currículo.

A bateria do smartphone acabou. A matéria se encerra por aqui. Como falei, um pouco de informações de um dia de lazer e um pouco de amargura.

E num clima ferroviário, e dentro do contexto que a gente viu, acho que essa letra ilustra bem a matéria:

GENTE HUMILDE
(Chico Buarque)

Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar

São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar

E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio, peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.

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