CURTINDO E REFLETINDO SÃO PAULO
Para aliviar o stress, fomos de trem. O transporte público muitas vezes compensa, ainda mais sob trilhos. Embarcamos da Estação Leopoldina, da CTPM.
Olha que beleza a fachada principal!
Esses gringos estão recebendo aulas de batucada de samba.
Vamos entrar. Um incêndio destruiu o Museu da Língua Portuguesa, que funcionava aqui. Não sei quando será reaberto.
Tudo com muito requinte. |
Ainda tenho muito tempo. Gosto desse parque. Completarei meu tempo por aqui.
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Na companhia do jornal.
Segurança não falta. Na parte de trás fica o comando do PM. O tempo todo passando a polícia montada. |
Mas, assim como a visita domingo aos novos amigos Bruno e Micheline Capão, naquela invasão no bairro Capão Redondo, me levou a muita reflexão sobre a São Paulo que a gente vê e aquela que a gente não vê, o clima aqui também não é o mais favorável. Com um olho no Estadão e outro nas pessoas que passam, muita reflexão. Muita gente dopada de craque, como este que cantava Leandro e Leonardo, como se estivesse num palco, assistido por um grande público: "
Cadê você
Que nunca mais apareceu aqui?
E não voltou pra me fazer sorrir
E nem ligou...
Realmente, cara, ninguém aqui liga pra você.
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Mulheres de "vida fácil" ficam tentando seduzir homens mais velhos que parece que vêm aqui procurar companhia. Coitadas, de fácil a vida delas não tem nada. Elas têm quartos alugados na região, para o exercício dessa dura profissão.
Vi também pessoas jovens com mochilas nas costas, com semblante de desesperança, dando a nítida impressão de serem migrantes nordestinos desempregados. Da mesma forma vi 3 famílias de bolivianos, com crianças pequenas, certamente que meio perdidos nessa megalópole. Se está difícil para o nosso povo, com carteira de trabalho e tudo, imagina para imigrantes ilegais no país. Como falei, essa São Paulo não é a que a gente está acostumado e que gosta de ver. Mas ela existe e a gente não pode ignorá-la. Minha hora venceu. Marquei com Mirian 12:30 hs, na Rua Zé Paulino, logo ali atrás. E por falar em desemprego, vi bastante "precisa-se" por aqui. Que bom! Parece-me que pequenos sinais de retomada da economia estão surgindo. Uma gerente de uma das lojas também me passou isso. |
Se "enfestador" é alguém que gosta de fazer festa, vou mandar meu currículo.
A bateria do smartphone acabou. A matéria se encerra por aqui. Como falei, um pouco de informações de um dia de lazer e um pouco de amargura.
E num clima ferroviário, e dentro do contexto que a gente viu, acho que essa letra ilustra bem a matéria:
GENTE HUMILDE
(Chico Buarque)
Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar
Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio, peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.
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