FINADOS EM BELISARIO

Pela minha formação religiosa, via esse dia de forma diferente, em tempos idos. Os "super-crentes", assim classificados por Caio Fábio, em seu livro de mesmo nome, tentavam passar uma imagem de que finados  é um dia como os outros dias, já que 'quem tem Jesus tem uma outra visão diante da morte."

Sem dúvida, a esperança cristã ameniza a dor da partida de um ente querido, mas quando vimos até mesmo Jesus chorando diante da morte do amigo Lázaro, sua mãe e os seus chorando diante de sua partida, a gente tem o direito de deixar o humano dar uma parada, um dia por ano, para homenagear algum querido que aqui não mais está. Nenhuma fraqueza espiritual há nisso.
O cemitério de Belisário esteve bem concorrido durante todo o dia.
Este ainda é um meio de transporte de alguns por aqui.
Cheguei quando estava acabando a missa que foi iniciada no templo e finalizada dentro do cemitério.
Nosso cemitério está bem cuidadinho.
Acho bonito a família vir diante do túmulo para relembrar e mesmo chorar por alguém. Se estivesse em Juiz de Fora com certeza iria  até o local onde estão os restos de meus pais e meu irmão Cláudio, sogro, sogra... Afinal, como canta Chico Buarque:
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi


O pai partiu de forma súbita, dia 5 de janeiro, como publicamos à época. Foi um enterro muito dolorido. Ailton era Filho de Nelson Jorge e de D. Osvaldina. 
Já o Sr. Antônio Elias é agora o mais velho morador do distrito. Parece ter completado 103 anos. Amanhã vou fazer uma matéria com ele. Já enterrou algumas centenas de pessoas aqui.
A família Vital veio homenagear o pai e a mãe.
É comum acender velas no cemitério. As velas são utilizadas nos cultos católicos, judaicos, espíritas, umbandistas e nas igrejas protestantes tradicionais, pelo menos nos 4 domingos que antecedem o Natal, período denominado Advento.
Segundo me explicou Frei Gilberto, as velas, assim como o incenso, simbolizam as preces subindo na direção do Altíssimo. Têm um significado simbólico de encaminhamento das preces ao céu.
Pesquisei isso sobre os Luteranos, uma das Igrejas tradicionais protestantes, assim como os batistas, presbiterianos, anglicanos...:

"Há grupos evangélicos que baniram dos templos as velas, cruzes, quadros, símbolos, paramentos. Os assim chamados iconoclastas por vezes fizeram isso de forma violenta e agressiva. Como Igreja Evangélica de Confissão Luterana respeitamos o que outras tradições religiosas têm de positivo. Assim aos luteranos, nos contatos ecumênicos, muitas vezes cabe uma função mediadora, de diálogo, e não de polarização polêmica. As velas, os paramentos e os símbolos que vemos nas igrejas são ajudas concretas para a interpretação e a memorização da mensagem do evangelho."
(http://www.luteranos.com.br/textos/o-uso-de-velas-nos-cultos-e-seu-significado)
Lembranças dos bisavós.
Elcinho veio com irmãs e sobrinhas
...
... lembrar do seu pai José Ribeiro da Rocha, falecido em 2013.
Uma lembrança que de um fato que chocou Belisário já há anos, a morte por afogamento numa praia carioca, de Dária Alice, filha de Landis Rosa e de Luzia. Daniela vem acompanhar a mãe, também lembrando de outros familiares cujos restos aqui repousam.
Eva vem superando, mas ainda guarda muita dor pela morte do filho Luciano, vítima de acidente de trânsito,  há 6 anos.
Edison perdeu a mãe  agora domingo, véspera de finados. D. Maria Luiza das Dores estava internada já há 23 dias na Fundação. Descansou.
                     
Eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita! (Gonzaguinha)

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