UMA CAMINHADA NA DIREÇÃO DE UM FATO CURIOSO

Saímos de carro para a caminhada de quarta. Deixamos o veículo perto da casa de José carneiro. Depois falamos o motivo. 
Aqui já estávamos caminhando. Direção Serrania.
Que susto! de dentro do mato saiu esse animal selvagem.  Para quem não conhece, trata-se de um porco, da família do suínos, muito comum nas churrasqueiras na forma de carne ou linguiça.
Já de volta. Não chegamos em serrania. A subida intensa nos desencorajou.
Só para relembrar que Belisário começou aqui, onde foram instaladas as suas primeiras moradas, com as famílias vindo de Rio Branco/Ubá.
Trata-se da Comunidade de São Tomé, aquele apóstolo que tinha de ver para ver.

Disse-lhe Jesus: "Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram."  João 20:29
A patroa disparou enquanto eu fotografava.
Estamos na casa dos "Carneiros".  Mírian ficou lá embaixo com D. Elza e subi o pasto para que José nos mostrasse algo.
Como se vê o piso é pavimentado, com grama. Para uma pick up é moleza.
O carro fica aqui. Vamos subir mais um pouco, a pé.
Vamos tomando aula o tempo todo. José Carneiro é um grande defensor da natureza.
Aqui está a novidade. Essa árvore foi atingida por um raio, há uns dias atrás. Certamente que caiu lá no alto...
... desceu pelo tronco...
... aqui descascou o tronco.
Agora fez um caminho interessante.
Saiu rasgando o solo, abrindo uma pequena valeta. Correu cerca de 12 metros.
Nessa caminhada, saiu jogando material para todo lado. Carneiro vai identificando esse material
Agora ele mesmo ficou surpreso. Tem certeza que essa pedra não estava aqui. Certamente que foi arrancada pela descarga.
Sobre os raios, existem teorias diversas. Carneiro acha interessante que nessa área essa é a terceira descarga, em cerca de 8 anos. Próximos desse arbusto caiu o segundo. O que pode ter aqui que atraia tantas descargas? seria a bauxita? Coincidência? Quem arrisca um parecer, além de Dr. Dárcio? Temos mais técnicos no rol de leitores do EMBELISARIO.
Vamos lembrar Raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera entre regiões eletricamente carregadas e pode dar-se tanto no interior de uma nuvem, como entre nuvens ou entre nuvem e terra. O raio vem sempre acompanhado do relâmpago e do trovão.
Embora sejam mais frequentes dentro das nuvens e entre uma  nuvem e outra, as descargas podem se dar diretamente no solo.
Aqueles que tocam o solo (80% segundo o Google) podem ser divididos em descendentes (nuvem-solo) e ascendentes (solo-nuvem). O tipo mais freqüente dos raios é o descendente.
O raio ascendente é raro e só acontece a partir de estruturas altas no chão (arranha-céus) ou no topo de montanhas (torres, antenas). Os raios ascendentes, portanto, partem de baixo para cima. Eles não caem. Sobem.
Mesmo com tênis caminho com cuidado por entre o capim. O solado do meu amigo é mais resistente.
Daqui ele me mostra as obras recentes de contensão de águas. Lembra ele que nunca se preocupou com isso na região. Depois dessa forte seca, a relação com a água mudou. Aquela obra segura cerca de 60 mil litros de água de chuva, que ao invés de descer na forma de enxurrada, arrasando o solo e carregando material, vai se infiltrando por aqui, recompondo o lençol freático.
Nessa época o pasto está bonito.
Lá embaixo outra obra de contensão de água...
... que está aí.
Enquanto ia fotografando lá em cima, a patroa ia fazendo a feira cá embaixo.
D. Elza tem paixão por pedras. Na mão de José Carneiro a pedra que trouxemos do pasto.
Em suas caminhadas ela vai recolhendo o que encontra.
A comida está cheirando. Mas não vamos aceitar o convite para o almoço. Só beliscar.
Carambola também foi abundante lá em casa.
Aqui peru fica solto. Trata-se de Chico e Isadora. Uma demonstração dos novos tempos, com uma nova concepção de família. Isadora também é macho, quer dizer ... Quando deram o nome não tinham certeza do sexo.  Agora fica.
Naquela feira que a patroa pegou faltou tangerina.
Uma refrescada.
"Zé Bastião", como é conhecido, veio conosco de carona, para resolver alguns negócios na rua. Uma curiosidade: estava bem perfumado. Sei não! Ví maldade nisso.
Está aí o resultado dos presentes ganhos.
Vida difícil...
Resolvemos reproduzir dois comentários enriquecedores aqui no corpo da matéria:
Dárcio Calais
Como eu já disse mais de uma vez, leio tudo que se publica EMBELISÁRIO. Gosto particularmente das incursões para oeste/noroeste, que me retornam aos anos 50. Sempre faço ampla divulgação das fotos e das notícias. Essa água (bica) do José Carneiro é uma mistura de obra de arte com engenharia hidráulica acrescida de amor ao próximo. Os "urbanóides" do 3º milênio nunca sabem por que essa bacia foi colocada lá. Descargas elétricas. Não me sinto competente para opinar sobre descargas elétricas. Só sei o que todo mundo sabe. Numa área descampada, o raio "prefere" uma árvore por ser o ponto mais elevado. Não é por acaso que os para-raios são colocados nas torres das igrejas. Para não ficar omisso, vou arriscar uma opinião. Eu acho que foram apenas coincidências as 3 descargas ocorridas na área do José Carneiro. Uma curiosidade. Na década de 1950, as pessoas ainda achavam na mata machados de pedra polida "fabricado" pelos antigos habitantes indígenas. A "cultura" regional dizia que aqueles machadinhos (sem "olho") eram os raios que caiam sobre a terra.

Jose Muniz:
Vamos ao que eu posso contribuir sobre o conhecimento de raios: As gotas de água da chuva formam-se em altitudes consideráveis, tando que algumas vezes isso ocorre tão alto que elas se congelam e formam o Granizo. Durante a queda as gotas da chuva vão atritando o ar. Este atrito remove elétrons da camada mais externa da moléculas de oxigênio (O2) e nitrogênio (N2) que compõem quase a totalidade do ar atmosférico. as moléculas eletricamente carregadas agrupam-se formando cadeias bastante compridas. Tais cadeias quando tocam qualquer construção, planta ou formação ligadas ao solo obtêm todos os elétrons que foram roubados no atrito com as gotas da chuva. 
A complementação dos átomos ionizados se dá de forma violenta com a emissão muito intensa de fótons, causando assim o brilho que chamamos de relâmpago. Este fenômeno expande violentamente o ar em volta dessa cadeia causando o estrondo que chamamos Trovão. 
Os dois efeitos ocorrem ao mesmo tempo, porém só ouvimos o trovão algum tempo depois, porque o som viaja muito mais lentamente do que a luz do relâmpago. 
Esta expansão violenta do ar na região de ocorrência do raio é responsável pelos estragos observados nas árvores rachadas que vimos. No entanto, nos Pára raios tal expansão do ar nada provoca. 
Considerando esta forma de ocorrência dos raios, podemos concluir que o contato com a fonte de elétrons que é o solo ou qualquer coisa sobre ele, se dá na extremidade inferior da cadeia de ar eletricamente carregado. Assim, os raios são sempre ascendentes, ou seja, sempre sobem do solo para a atmosfera. Em algumas tempestades com nuvens muito grandes e altas podemos observar os raios se espalhando pelo céu. Isso comprova que o contato se deu no solo e seguiu pelas ramificações no alto da atmosfera. Via de regra, porém, os raios são curtos de mais e este espalhamento á tão curto que observamos apenas o "Flash" piscante do relâmpago.

Questionamento meu:
Muniz: Se os raios caem sempre de baixo para cima, como você falou, como explicar o fato deles geralmente "descerem" rasgando o céu ?

Comentários

  1. Como eu já disse mais de uma vez, leio tudo que se publica EMBELISÁRIO. Gosto particularmente das incursões para oeste/noroeste, que me retornam aos anos 50. Sempre faço ampla divulgação das fotos e das notícias. Essa água (bica) do José Carneiro é uma mistura de obra de arte com engenharia hidráulica acrescida de amor ao próximo. Os "urbanóides" do 3º milênio nunca sabem por que essa bacia foi colocada lá.
    Descargas elétricas. Não me sinto competente para opinar sobre descargas elétricas. Só sei o que todo mundo sabe. Numa área descampada, o raio "prefere" uma árvore por ser o ponto mais elevado. Não é por acaso que os para-raios são colocados nas torres das igrejas. Para não ficar omisso, vou arriscar uma opinião. Eu acho que foram apenas coincidências as 3 descargas ocorridas na área do José Carneiro.
    Uma curiosidade. Na década de 1950, as pessoas ainda achavam na mata machados de pedra polida "fabricado" pelos antigos habitantes indígenas. A "cultura" regional dizia que aqueles machadinhos (sem "olho") eram os raios que caiam sobre a terra.

    ResponderExcluir
  2. É verdade Dárcio. Ontem Zezinho me falou que se eu procurasse acharia uma pedra em forma de machadinha, no local.

    ResponderExcluir
  3. Vamos ao que eu posso contribuir sobre o conhecimento de raios:
    As gotas de água da chuva formam-se em altitudes consideráveis, tando que algumas vezes isso ocorre tão alto que elas se congelam e formam o Granizo.
    Durante a queda as gotas da chuva vão atritando o ar. Este atrito remove elétrons da camada mais externa da moléculas de oxigênio (O2) e nitrogênio (N2) que compõem quase a totalidade do ar atmosférico.
    as moléculas eletricamente carregadas agrupam-se formando cadeias bastante compridas. Tais cadeias quando tocam qualquer construção, planta ou formação ligadas ao solo obtêm todos os elétrons que foram roubados no atrito com as gotas da chuva. A complementação dos átomos ionizados se dá de forma violenta com a emissão muito intensa de fótons, causando assim o brilho que chamamos de relâmpago. Este fenômeno expande violentamente o ar em volta dessa cadeia causando o estrondo que chamamos Trovão.
    Os dois efeitos ocorrem ao mesmo tempo, porém só ouvimos o trovão algum tempo depois, porque o som viaja muito mais lentamente do que a luz do relâmpago. Esta expansão violenta do ar na região de ocorrência do raio é responsável pelos estragos observados nas árvores rachadas que vimos. No entanto, nos Pára raios tal expansão do ar nada provoca.
    Considerando esta forma de ocorrência dos raios, podemos concluir que o contato com a fonte de elétrons que é o solo ou qualquer coisa sobre ele, se dá na extremidade inferior da cadeia de ar eletricamente carregado. Assim, os raios são sempre ascendentes, ou seja, sempre sobem do solo para a atmosfera.
    Em algumas tempestades com nuvens muito grandes e altas podemos observar os raios se espalhando pelo céu.
    Isso comprova que o contato se deu no solo e seguiu pelas ramificações no alto da atmosfera.
    Via de regra, porém, os raios são curtos de mais e este espalhamento á tão curto que observamos apenas o "Flash" piscante do relâmpago.
    Com certeza, as regiões mais altas são as mais susceptíveis de receberem os contatos das cadeias de ar eletricamente carregado. Por isso não é coincidência que haja lugares que recebem raios com mais frequência.
    Por isso, também, é que não é aconselhável ficarmos em um descampado durante uma tempestade. Ou nos tornaremos o ponto preferencial de contato com a cadeia de ar eletricamente carregado e o raio passará pelo nosso corpo.
    Saudações Belisarienses...!!!

    ResponderExcluir
  4. Postei esses comentários no corpo da matéria e fiz um questionamento ao Muniz.

    ResponderExcluir
  5. Antes de responder, Cleber, convido a você para ver uma filmagem que está no Youtube.

    https://www.youtube.com/watch?v=l12wVw9Hns4

    Nesta filmagem a gente pode observar que é muito difícil ver-se um raio completo. Vemos sempre a extremidade que toca algo ligado ao solo ou as ramificações dos raios nas nuvens altas.
    Eu sempre me interessei pelo assunto, mas nunca encontrei uma boa e completa literatura científica sobre raios. por isso, me baseio em observações e estudos de diversos fenômenos e aspectos físicos para tirar minhas conclusões.
    Os raios ocorrem em períodos muitíssimo curtos. Frações de segundos, apenas. Isto porque os raios ocorrem em forma de plasma e o plasma é supercondutor. Isto é, a corrente elétrica que leva os elétrons da terra para os átomos ionizados da cadeia na atmosfera, faz isso numa velocidade muito grande. Mesmos as filmagens mais bem elaboradas não conseguem mostrar o sentido de propagação da corrente. Mas observe nas filmagens que existem ramificações dos raio nas nuvens altas. Essas ramificações espalham-se pelo céu instantaneamente mas de uma forma que é possível concluir que o raio começou em um único local e se ramificou por cadeias secundárias nas nuvens. É então, bem razoável raciocinarmos e concluir que o raio é uma corrente de plasma que começa onde haja uma abundância de elétrons e completa toda uma cadeia de átomos ionizados negativamente devido ao “roubo de elétrons” realizado pelas gotas de chuva que caíram da atmosfera para o chão.
    Observam-se raios também em nuvens de poeira emitidas por vulcões. O efeito é o mesmo das gotas de chuva, o arrancamento de elétrons nas camadas externas dos átomos de oxigênio e nitrogênio do ar.
    Existem alguns estudiosos que afirmam que as nuvens podem ficar positiva ou negativamente carregadas, dependendo da forma que se dá o atrito com as gotas de chuva. Aí então a neutralização das cargas se daria de uma nuvem para outra.
    Porém a maioria das observações que obtemos é do contato feito no solo.
    Por isso eu prefiro acreditar no que vejo com mais freqüência, que é o raio fazendo contato no chão e se espalhando nas nuvens.
    Veja mais uma filmagem no Youtube:
    https://www.youtube.com/watch?v=BbzZ6TA1iOQ
    Eu acredito que as moléculas de água, por serem eletricamente polarizadas, têm mais capacidade de retirar elétrons do ar formando as cadeias ionizadas que dão origem aos relâmpagos.

    ResponderExcluir
  6. Vejam alguns tipos de raios que puderam ser filmados por inteiro:
    https://www.youtube.com/watch?v=RDDfkKEa2ls

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente este post!

Posts mais visitados do último mês