ÁGUA - ECONOMIZAR É PRECISO

Mateus nos informou que o serviço de alto-falantes da Matriz anunciou hoje que o nível de nosso(s) poço(s) artesiano(s) encontra(m)-se baixo(s), pela falta de chuvas  que vem complicando a vida na Região Sudeste. O pedido é para que se economize água para que ela não falte.

Nos meses de abril, maio, tivemos problema no abastecimento aqui. Diretores do DEMSUR vieram para analisar o problema. Foram detectados vazamentos na rede e no reservatório e o problema sanado. 

Nessa mesma época fomos informados e divulgamos no blog, que um reservatório de 100 mil litros seria construído aqui, para que esse tipo problema não voltasse a se repetir.

Um acesso foi aberto para que o tal reservatório metálico chegasse ao local de instalação. Infelizmente a coisa não andou mais.

De qualquer forma, com ou sem o novo reservatório, o desperdício de água é evidente e tenho andado incomodado com o descaso que as redes sociais, a mídia e o poder público vem dando ao tema.

Não vejo ninguém cobrando do zé mané que faz barba com a torneira aberta, que se ensaboa também com a água jorrando, que não racionaliza a lavagem de roupas e de louças. Poucos denunciam as lavagens inconsequentes de calçadas sem vassouras, das lavagens de forma descontrolada de veículos...

Se você se hospedar na casa de um europeu, nem pense em tomar mais de um banho por dia. Aqui no Brasil isso é normal.

Precisamos rever a nossa relação com a água antes que seja tarde.

Como esse tema á muito importante, destacamos dois comentários postados na matéria, para uma melhor reflexão.

"Quando chama a atenção para a falta de água no Distrito, EMBELISÁRIO é utilidade pública mais uma vez. E é muito oportuno que um problema atual e localizado levante a discussão para a crescente escassez de água no mundo todo. O assunto me preocupa há pelo 45 anos, quando escrevi minha Monografia sobre o ciclo da água na natureza, como parte de créditos para formatura. Durante os 25 em que trabalhei no grupo Vale do Rio Doce, estive pelo menos 15 envolvido com meio ambiente, onde água sempre foi um tema relevante. Ouvi inúmeras palestras e conheci estudos de renomados cientistas. No entanto, basta uma simples observação para se concluir que em muitas regiões do Brasil e do mundo a demanda de água está muito além da disponibilidade. Para citar um exemplo bem perto de nós, qualquer sexagenário pode comparar as águas do Rio Fumaça de hoje com o volume de 50 anos atrás." 

Dárcio Calais

"Muito é véspera de pouco. O desperdício precisa ser combatido mesmo na abundância, ainda mais na escassez. Mas é sempre bom perguntar sobre o grau de resiliência do Demsur para enfrentar o crescente risco de escassez de água. Quantas nascentes a autarquia, que sobrevive da venda de água, recuperou até hoje em sua história que já beira os 20 anos? O Demsur está apenas repetindo o modelo da Sabesp. Parece acreditar que o crescimento do consumo é a melhor maneira de vender mais água e lucrar mais. A própria conta do Demsur não estimula a economia. Não importa se a pessoa consome 0 ou 10 mil litros por mês, ela sempre vai pagar o mínimo. Assim, quem se esforça para economizar 2.000 litros por mês acaba pagando igual aos que desperdiçam no máximo até 10 mil litros, por exemplo. Com o tempo, inexoravelmente, isto vai mudar. Na medida em que a conscientização de que a água é um recurso finito e está acabando, colocando em risco o funcionamento das cidades, muita coisa vai mudar.O dia em que o homem do campo receber pela água produzida em sua propriedade, a mesma que abastece a cidade, ele terá motivações para conservar. Hoje transferem o ônus da conservação, nunca o bônus, que fica todo com o Demsur e sua administração estruturalmente ultrapassada. "
Renato Sigiliano