AINDA FALANDO DE ÁGUA, NUMA ABORDAGEM MAIS PROFUNDA

Abordagem esta que não será apresentada aqui nessa matéria. Apenas vamos introduzir o tema, para que o primo Renato Sigiliano possa melhor abordá-lo.
Ele veio aqui no Distrito nesta tarde, junto com o nosso amigo comum e meu "irmão" por laços outros, Nilton Damata; um muriaeense  apaixonado por Belisário.
Damata tem uma propriedade lá no pé do Pico do Itajuru e assim como Renato, entende ser importante a garantia do fornecimento de água pelo órgão público competente, o espírito de economicidade do líquido por parte dos consumidores e tudo isso sem se perder de vista a proteção das nascentes e o controle de dejetos lançados sobre elas.  
E como eles entendem ser possível materializar isso? O que estão fazendo nesse sentido?
Vou deixar isso  no ar. Renato vai falar o que vieram fazer EMBELISARIO nessa tarde. Aguardem!

Comentários

  1. Enxergo o Parque do Brigadeiro e particularmente a região de Belisário como grande produtor de água. Apesar da estiagem deste ano, a água na propriedade do amigo Damata é abundante, como pude comprovar ontem. Ela está bem no 'pé' do Itajuru, no meio daquela face do Pico que a gente vê de Belisário e Muriaé. Nela há diversas nascentes que alimentam o córrego que desce a serra e corta o vale da Pedra Alta, até encontrar o Rio Fumaça. Uma água cristalina e gelada por natureza. Utilizando os modelos dos projetos de conservação de nascente e instalação de biodigestores que realizo há alguns anos, a ideia agora é construir parcerias no sentido de conservar e recuperar matas nativas e tratar o esgoto de todas as propriedades rurais nesta micro bacia. Iniciaremos um diagnóstico casa a casa, calculo umas 20, e buscaremos parcerias, algumas já praticamente garantidos. O objetivo principal é limpar totalmente o riacho da contaminação de esgotos, águas de curral, agrotóxicos e lixo - inclusive carcaça de animais. O projeto prevê ainda a transformação da propriedade do Damata, cabeceira do córrego, em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Isto trará alguns benefícios diretos para ele, como o fim do recolhimento de impostos e a facilidade da captação de recursos para projetos de conservação e preservação, dentre outros. Também trará a garantia que a floresta nunca será desmatada... 'Damata não desmata'. Paralelamente, será realizado projeto de educação ambiental, visando orientações no sentido da destinação correta do lixo rural e contra o uso de agrotóxicos. Por último, queremos replicar nesta micro bacia, projetos de agroecologia que dão certo em outras regiões, visando fomentar a economia, inclusive o turismo rural e ecológico. O conjunto destes trabalhos visa resultados finais a partir de 2020. Quem sabe, até lá, já conseguimos implementar na região o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), remunerando o homem do campo pela produção de água, como acontece em Extrema (MG) há 10 anos e em Nova York há quase 20 anos. Nada mais justo que pagar ao produtor rural pela água que nasce em sua propriedade, ainda mais quando ele cuida de sua conservação, e é indispensável nas cidades. Temos observado o homem do campo descapitalizado e sem estímulos. O PSA transfere renda, empodera e melhora a autoestima do produtor rural. No modelo atual, as empresas de saneamento urbano usufruem dos dividendos gerados pela distribuição de água, menosprezando o elo mais importante na geração deste recurso, o homem do campo. Aliás, a este só cabe o ônus da conservação, num modelo perverso que está nos levando a escassez, como a realidade pode comprovar. Estou no início de um grande sonho. Vamos?

    Renato Sigiliano

    ResponderExcluir
  2. É isso aí Renato. Trata-se de uma Mudança de paradigma. Estive recentemente em Tiradentes - MG que recebe turistas do mundo Todo e o riacho que corta a cidade é um esgoto a céu aberto. Senti como se alguém viesse me visitar e o banheiro da minha casa estivesse transbordando de fezes.
    Nahor.
    Todas as esferas de governo preocupados com o desenvolvimento e ninguém preocupado em coo evoluir..

    ResponderExcluir
  3. Ótimas colocações feitas aqui. É gratificante observar tão lúcidos pontos de vistas.
    Hoje temos recursos na Internet que ajudam muito o entendimento da topografia de qualquer região. O Google Earth permite a qualquer leigo reconhecer a micro bacia de um determinado rio. Isso facilitará, sem dúvida o acompanhamento dos trabalhos citados pelo Renato.
    Eu tenho há muito tempo uma admiração muito grande pela pureza da água de Belisário. Já até trouxe para SP recipientes cheios para poder usufruir de uma água pura.
    Minha cobiça era de poder um dia montar uma lavra de água mineral da região.
    Fica aí a idéia.
    Saudações Belisarianas.

    ResponderExcluir
  4. Beleza, José Maria!

    Belisário aguarda ansioso pela sua aposentadoria.

    Um abraço

    ResponderExcluir

  5. A lavra de água é uma excelente ideia, ainda mais quando imaginamos que a água mineral Crystal consumida em Muriaé vem de Jundiaí (SP) e que 'lavras de bauxita' ameaçam o entorno do Brigadeiro... apareça pro café, José Muniz. Forte abraço, saudações Belisarianas...

    Renato Sigiliano

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente este post!

Posts mais visitados do último mês