DEPOIS DA TEMPESTADE...

... vêm as caminhadas. Tempestade é exagero. Por 3 dias a gente teve ótimas chuvas por aqui. A estrada em obras ficou fechada por Itamuri, mas tudo bem. O nosso campo precisava muito delas. Ontem retomamos as caminhadas, que aliás estavam abandonadas. 
Uma oportunidade, como levantou Mirian, de vermos a renovação. Imediatamente após a chuva a natureza responde. É tempo de renascimento dos pastos, o sol quente dá lugar a uma brisa fria, a moçada vai pra rua soltar pipas...

A clareza do céu dá um belíssimo visual daqui da "cutieira".

O frio já foi embora pra mim. De madrugada ele volta, com o termômetro marcando 8 graus.
E a charrete também já se foi.

Algumas flores precipitadamente começam a mostrar viço, algumas semanas antes da chegada da primavera, para dar um charme no visual do Pico do Itajuru..
Aqui não há renovação. Ao contrário, destruição. Retrato do abandono da vida rural, que está com os seus anos contados na nossa região, pela minha avaliação.
As chuvas trouxeram de volta os espelhos d'água. Conforto para o gado. O leite deve começar a aumentar.
Essa cena é nova para aqueles que viam vários companheiros roçando pasto. Com a carência de mão de obra e o alto custo desta, apenas um homem hoje faz tudo, com uma roçadeira a gasolina.
Uma colheita de capiçoba. Uma hortaliça servida refogada, e que tem um gosto amargo.
Consultei o wikipedia e lá tirei isso:
"A planta é rica em proteínas: 23% da base seca, em fósforo: 480 mg/100 g, ferro: 47,7 mg/100 g, zinco: 7,8 mg/100 g, e vitamina A: 6930 U.I. Porém, um estudo científico recomenda que seja verificado se a capiçova contém alcaloides pirrolizidínicos, que são tóxicos para o fígado, pois outras espécies do género os possuem."
Você é capaz de, pelo menos, levantar esse carrinho? Pois D. Conceição carrega isso quantos quilômetros forem precisos, se Maria, a sua filha, deixar.
Também ela é mais nova que você. Tem apenas 78 anos.
Mas vamos andando...
Já de volta, na cutieira.
Você conhece o seu fruto? Se usado em excesso, dá uma tremenda disenteria.
sobre isso pesquisei:

"Esta linda árvore conhecida popularmente na região, como cutieira, produz uma castanha de sabor delicioso, porém perigosa para quem não conhece seus efeitos e não sofre de problemas intestinais. A partir do momento da ingestão o intestino desprende aproximadamente em 1/2 hora, variando de pessoa pra pessoa. A população local tem histórias pra contar sobre os efeitos desse fruto começando pelo (rs,rs,rs,rs) autor. Se você souber do que se trata, por favor, se manifeste ou mesmo pra dar sua opinião a respeito."


http://serrademinas.blogspot.com.br/2008/11/fruta-e-o-intestino.html
Chegando EMBELISARIO...
Pipas no chão. É tempo de ir para a escola.
Pegar melhor bolsa e vir dar um rolé na rua.
Uma esquentadinha no sol é tudo de bom.
Minha amiga Mariana mora nos estados Unidos. Quando a sua mãe, a comadre Marlene, vai lá passear, canta para os dois netinho americanos: "olha a chuva pessoal! Tira a roupa do varal! Mariana reclamou no Face que fica em dificuldades para explicar pros garotos o que é colocar roupa no varal. Lá não tem isso. Ai vai Mariana...
Mais uma esquentadinha no sol. Depois reclamam do aquecimento solar. Todo mundo esquentando sol...
Outra cena muito diferente para os que deixaram Belisário há anos. A contratação de concreto em betoneiras vai, a cada dia, deixando de lado os mutirões para bater laje
Hoje tinham 4 caminhões aqui fazendo isso.


Como se vê, apenas 2 homens para fazer um enchimento, com muita rapidez.
É o mesmo problema já citado de falta de mão de obra, levando ao levantamento do custo benefício dessa modalidade.
 

Comentários

  1. Não me canso de admirar e valorizar a beleza natural de nossa região. Cresci passando por essa estrada duas ou três vezes por semana. Às vezes de charrete com meu pai, às vezes a cavalo, ou mesmo a pé, quando ia para uma pescaria. A Pedra Alta e a Serra do Brigadeiro constituem uma espécie de moldura natural para um amplo cenário. Esses "acidentes geográficos" sempre me chamaram a atenção. A inspiração era tanta que escrevi algumas crônicas sobre eles. Muitas vezes "virei" a Serra a cavalo. Inicialmente era um passeio com os primos Geraldo e o Ney Costa. Mais tarde, já estudando em Viçosa, tive que fazer o mesmo percurso porque as estradas de rodagem estavam interditadas.
    Há um outro "comportamento" do qual me lembro com muita saudade. Nas tardes de verão, eu costumava subir no muro do cemitério e apreciar o por do sol. Quando este se "escondia", seus raios se projetavam nas partes mais baixas da serra. Não consigo descrever tanta beleza.

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  2. Depois do descrever tão poético de nosso Dárcio Calais, sobre nossa região, sinto muito mas vai aqui o caso malvado que escutei de Olivio e Tonin cabeleireiro, agora mesmo, sobre os efeitos da cotia sobre o intestino :
    É do conhecimento geral que, há uns 30 anos, houve aqui na roça um lauto almoço de casamento. Desses com leitoa assada, arroz com suã e sei lá mais o quê. O povo comeu e lambéu e o que mais apreciou foi mesmo a macarronada. Depois de certo tempo, já chegava a noitinha, muita gente corria para os banheiros. Souberam depois, que alguém de malvadeza, colocou cotia ralada misturada no queijo parmesão que ia por cima da macarronada. Foi um desespero muito grande a noite inteira... na roça.

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  3. É verdade sim. só não posso falar mais porque sou da familia Só ouvi contar , eu não era nascido.

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  4. Também eu já presenciei uma situação muito embaraçosa causada pela semente da cotieira. Foi no escritório da empresa onde eu trabalhava no Norte de Minas. Sob a aparência de simples "brincadeiras", certas atitudes revelam uma má índole, um péssimo caráter e absoluta falta de educação. No caso que presenciei, pasmem, o autor da "brincadeira" foi o justamente o médico da empresa.

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