DISCUTINDO A CAMPANHA DA FRATERNIDADE EMBELISARIO

Essa discussão aconteceu nesse sábado, no salão paroquial.  A reunião foi coordenada pelo Frei Delkson  e teve a presença da Sra. "Santinha",  que veio de Leopoldina. Ela é Assessora da Diocese para a divulgação da Campanha da Fraternidade 2014, que tem como tema Fraternidade e Tráfico Humano
A reunião foi aberta com uma bonita devocional. Os presentes  "entraram no clima" apontando aquilo que o inquieta atualmente.  Os principais pontos levantados foram o crescimento do consumo de drogas no distrito e a crescente convulsão social no país, fruto da grande insatisfação do povo em relação aos seus políticos e dirigentes públicos, em todos os níveis.
Os presentes também foram provocados a apontar os gestos que  têm mostrado para  com aqueles  com quem têm convivido, de forma a mostrar Jesus através deles.
O cântico é bem pertinente e mostra o versículo que serve de base para o tema : É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gálatas 5,1).
Eles  são líderes da paróquia, em áreas diversas.
Andando e cantando a música de Padre Zezinho:

O povo de Deus no deserto andava 
mas a sua frente alguém caminhava 
O povo de Deus era rico de nada 
só tinha esperança e o pó da estrada 
Também sou teu povo Senhor
estou nessa estrada 
Somente a Tua graça
me basta e mais nada.


Ela tem base no Evangelho de Cristo e nada tem a ver com outras doutrinas que vêm sendo pregadas por aí.
Não pude participar de toda a reunião, mas Aparecida, que aparece na foto abaixo, me passou um resumo daquilo que ali foi falado.
O tráfego humano pode parecer,  mas não é algo muito distante da realidade de Belisário. Ele  se configura, também, através da exploração do trabalhador, quando é contratado sem a assinatura de carteira profissional, com pagamento de baixos salários ou com carga horária excessiva, sem a devida remuneração.
"Santinha"  também lembrou que a Campanha da Fraternidade 2014 também aponta como tráfego humano o recrutamento feito por empresas que mandam caminhões ou ônibus pegarem trabalhadores na zona rural, para trabalho na cidade, ali os acomodando, muitas vezes, em alojamentos precários, sem o fornecimento de alimentação digna, de equipamentos de proteção individual, e sem o cumprimento dos benefícios prometidos quando da contratação.
Também foi denunciado o fato de alguns pais sacrificarem a vida escolar de seus filhos, para que estes prestem serviços na roça. Isso também é crime. 
As paróquias devem denunciar a falta de políticas públicas para evitar as migrações desordenadas, que levam muitas  pessoas a  abrirem mão de uma vida equilibrada que levam na zona rural ou em uma  cidade pequena, muitas vezes  para se transferirem para grandes centros, onde vão morar de forma precária, vindo muitos a optarem pela vida no crime, nas drogas, prostituição...

Isso tem me inquietado muito. Somos o maior distrito rural de Muriaé e nunca vi nenhuma política pública voltada para a permanência do homem no campo, nos últimos 5 anos. A EMATER fez isso no passado e a prefeitura tem um Secretário de Agricultura ausente. 

O que define o tráfico de pessoas:


A Organização das Nações Unidades (ONU) por meio do protocolo de Palermo (2003) define o tráfico de pessoas como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de seres humanos, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.

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