QUANDO FALTA ASSUNTO...

... a gente precisa inventar, senão você pára de abrir o blog.
O inverno chegou em plena primavera. Aquela chuvinha fina não anima ninguém a sair na rua.
Quem são esses dois malucos???
Aproveito a falta de assunto para compartilhar uma preocupação que tive hoje ao descartar cacos de vidros, sem colocar em risco os que recolhem aqui e os que separam esse material lá em Muriaé. Aprendi essa lição no condomínio da filha lá em SP. Não é nada difícil. 
Eu percebo que tem muitos preservacionistas que se voltam para a natureza: árvores e bichos, mas tratam pouco da preservação daquele que está acima disso, o ser humano.
Também aproveito prá compartilhar  essa nova amizade que estou experimentando. Por enquanto a gente está só "ficando".
O majestoso sabiá. Ele fica o tempo todo pertinho e não mais se assusta. Até me atrapalha,  já que fica o tempo todo bicando o vidro, brigando consigo mesmo.
Já não posso dizer que é bem fácil, como no caso do descarte do vidro. Para conquistá-lo tenho de dar essa mordomia de comida, ficando sujeito a essa cagança. Parece que ele só come fruta.
Aproveito para falar que essa nova amizade, está muito ligada à poesia nacional, para relembrar aquele poema Canção do Exílio, que aprendemos no "grupo", comparando-o com a belíssima música de Chico e Tom, em 1968 quando a ditadura militar estava em efervescência, afastando da pátria mãe muitos de seus filhos.
Canção do exílio
(Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 

Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 

Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 

Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho, à noite– 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 

Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 


Sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar
E a solidão vai se acabar



Comentários

  1. Não vi nenhuma falta de assunto. Pelo contrário. Vi assuntos muito importantes.Um caco de vidro em local inadequado pode causar sérios acidentes. Gostei também do comentário dos preservacionistas que se esquecem de preservar o bicho-homem. Um pássaro livre dentro de casa é uma assunto que merce todo o destaque.
    E finalmente as poesias. Sem nenhum demérito ao Buarque, nesse caso, fico com o maranhense.

    ResponderExcluir
  2. Também acho, meu tio. Tempo e sensibilidade para degustar a amizade de um sabiá é um privilégio daqueles. E dizem que se o bicho se aproxima e não tem medo, é porque ele sente paz na sua presença. Portanto, que você continue aproveitando a calma do campo para ver as delicadezas (que não verdade são as GRANDES belezas) dessa vida simples.

    ResponderExcluir
  3. Ha eça chuvinha e ótima pra dormi. e e muito bom para quem plamtol suas rosas aé em belí. mas a que em campinas S.P esta um calor imenso

    ResponderExcluir
  4. Bem associavel a cação de Gonçalves dias, e neça terra não tem só sabia como muitas outras cozas maravilhosas, e mas eça bagumça vai dar trabalho pra limpar hehehe

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente este post!

Posts mais visitados do último mês