ÊXODO RURAL - A GENTE VÊ POR AQUI

O êxodo rural um fenômeno mundial, que se caracteriza pela migração de uma população da zona rural em direção às cidades, é um fenômeno que ocorre em escala mundial.
Uma passeada pelo Wikipédia nos mostra que a história registra alguns momentos marcantes dessa ocorrência no Brasil:

1. Uma grande seca que assolou todo o Nordeste em 1879, quando morreram cerca de duzentas e vinte mil pessoas, de fome e sede, além das doenças decorrentes. Nessa época, praticamente todo o gado e toda a agricultura foram extintos, forçando um grande êxodo rural, que chegou a provavelmente a um milhão de retirantes ao ano. Dessa forma, toda a produção de cana de açúcar foi extinta. 

2. A decadência da riqueza de Manaus, que em 1880 tornou-se líder mundial na exportação de borracha, chegando a produzir e exportar oitenta mil toneladas do produto. Em 1906 a exportação caiu drasticamente, gerando miséria, fome e muitas mortes. Novamente começa um outro grande êxodo rural naquela região, em direção ao Sul, agora avançando pela região central. Manaus se transformou numa cidade fantasma. 

3. A construção de Brasília também foi marco de um grande êxodo das zonas rurais do Brasil para o planalto central. Gente de todas as partes do país para lá se deslocaram, aproveitando as oportunidades que o projeto oferecia. 

4. A industrialização na década de cinquenta promoveu outra onda de migração, desta vez da área rural para as grandes cidades, de diversos pontos do Brasil. A maior parte saiu da região Nordeste. 

As conseqüências disso todos nós conhecemos bem. Retirantes sem qualificação são alocados em subempregos, em funções de baixos salários, morando na periferia das metrópoles, sujeitos à violência, criminalidade, promiscuidade. Seus filhos, muitas das vezes, aprendem o ofício do tráfego de drogas.

Oficialmente o êxodo rural encontra-se em processo de extinção no Brasil, segundo o IBGE, que prevê que no máximo em dez anos, ou seja, entre 2015/2020, ocorra o seu fim, quando cerca de 90% da população brasileira estará vivendo em cidades.
                                    

Todos esses dados são visíveis aqui em Belisário. Um passeio pela zona rural nos mostra muitas casas abandonadas. Alguns mais velhos insistem em lá permanecer. Os filhos jovens não vêem motivação para fazerem o mesmo. Hoje presenciamos um pouquinho disso lá na Escola Estadual Pedro Vicente. A senhora Lúcia Helena, na foto acima, procurava a secretaria para matricular o filho Erickson, no centro do foto, no 5º ano. O irmão Jéverson já estuda lá, no 8º ano. Erickson estudou em 2012 na Escola Municipal N. S. Aparecida, na zona rural de Belisário. A família mora em Pedra Alta.
Ocorre que a Prefeitura não pretende investir nas obras que são necessárias no prédio daquela escola, por não ter um número de alunos que justifique isso. A expectativa em 2013 seria de 8 alunos matriculados. Na época de D. Lúcia Helena, eram 50 alunos. Segunda ela, numa outra escola, na comunidade de São Pedro, serão somente 6 alunos que lá se matricularão. 
Alguém um dia vai ter que acordar para isso, caso contrário, as cidades de porte médio e grande vão ficando inabitáveis, com conseqüências no trânsito caótico, saúde pública desumana, desemprego, e exigências a cada dia de uma nova UPP-Unidade de Polícia Pacificadora
Quem viver verá.

Comentários


  1. Falou, falou, e não tocou no assunto PROCESSO SELETIVO VOCACIONAL, bem como escolas que desde
    o Ensino Médio já devam ter meios de capacitação profissional, passando primeiro pelo processo seletivo vocacional. É preciso tratar o cidadão ou cidadã, seja ele habitante de zona urbana ou do campo, como um ser que tem direito a suas escolhas, suas tendências, sua vocação. É um ser humano. Mesmo quem incomoda ou prejudica fazendo algo socialmente errado. Um traficante, por exemplo, se bem orientado desde a escola fundamental numa profissão de que goste, talvez escolha ser um vendedor, ou revendedor(de produção não sua).
    Se há êxodo rural, é verdade também que há hoje mecanização, controle de pragas, de produção,
    de genética, etc. tanto que há empresários da cidade investindo no campo. Quantos deles têm
    Fazendas em nosso Belisário, por ex.? Posso citar Júlio Maria Costa (Filho), Marcolino Bellete, Aluisio Rogério, etc. Chamaríamos a isso de "êxodo urbano"? O problema do ser humano, tanto nas cidades como no campo, portanto, é questão de ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL. Orientação que tem que ser financiada e programada pelo governo, com vantagens para os menos favorecidos. O desenvolvimento americano se deu nessa base. E, em grande parte, o desenvolvimento do Brasil tem se beneficiado da experiência americana, na teoria, na prática e
    na tecnologia, só que eles lá abrem espaço a novas possibilidades, mediante muito investimento e muita pesquisa, e, nós aqui continuamos nos estereótipos. O magnífico trabalho da EMATER e dos programas que podem tornar a vida no campo atraente e bem vantajosa é exemplo, o que deveria ter muito mais apoio do governo para uma maior amplitude. O trabalho do SENAI, SENAC e outros, também. De que meios dispomos para querer viver no campo? Boas estradas? Péssimas.
    Meios de comunicação? inexistentes. Transporte?
    Nem coletivo nem particular. A obtenção da simples, mas muito útil e versátil, profissão de motorista é dificultada pela falta de auto-escola e exame para a carteira de habilitação. Só há nas cidades, ora veja! Como se só nas cidades a necessidade de se deslocar existisse.

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  2. Os deslumbres, facínios e facilidades oferecidas no meio urbano são muito maiores que os que a gente observa no meio rural. Dona Nina toca num ponto fundamental: 'deveria ter política pública de incentivo ao campo'. Mas o que a gente observa é o contrário. Por exemplo, existe o 'Minha casa, minha vida', mas não tem o 'Minha roça, minha vida'. O atendimento médico, transporte e segurança são melhores na cidade, apesar de todas as deficiências. Por isto um programa que remunera o produtor de água é tão importante. Afinal, a água que consumimos na cidade vem de onde?

    Abraço,

    Renato Sigiliano

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